2007年8月4日土曜日

Jet lag

Acordo na quarta-feira mais cedo do que é habitual porque tenho uma reunião de manhã, à qual, obviamente, chego atrasado.
À tarde tento terminar finalmente o que tenho pendente antes de ir de férias. Tentar fazer o trabalho de 3 dias numa tarde é extenuante!
Volto a casa às 9 da noite, janto, tomo um duche, atiro tudo para dentro da mala e entretanto já está na hora de ir para o aeroporto. Chegamos a Lisboa por volta da meia-noite e umas obras na 2.ª circular obrigam-nos a ficar meia hora no trânsito (porque é que nem fiquei surpreendido?), o que fez com que tenha chegado ao aeroporto pouco mais do que uma hora antes do voo e, por isso, tenha sido um dos últimos a fazer o check-in. Vantagem: fui directamente do check-in para dentro do avião sem mais esperas no portão de embarque. Desvantagem: vou num dos assentos do meio entre um senhor já de idade e um outro senhor um bocadinho para o forte com uma t-shirt de alças e que não usa desodorizante. Para me distrair, leio. Penso que seria bom dormir um bocado e tento fechar os olhos, mas 5 minutos depois vem a hospedeira com o pequeno-almoço.
Chego a Amesterdão às 6 da manhã, faltam 9 horas para o meu próximo voo. Certifico-me de que a minha bagagem vai directamente para o avião e vou dar uma volta em Amesterdão. É impressionante a eficiência dos transportes públicos desta cidade. Saio do avião, ando 5 minutos e já estou na linha à espera do comboio que chega 5 minutos depois e, depois de uma curta viagem de 20 minutos, já estou no centro de Amesterdão. Às 7 da manhã há mais bicicletas do que carros. Os homens da limpeza lavam as ruas e retiram garrafas de cerveja que estão espalhadas por todo o lado. A luz da manhã torna os canais especialmente bonitos e a quase total ausência do barulho dos carros melhora tudo. Na red ligth discrict todas as "montras" estão fechadas, mas as coffe shops estão abertas e na rua sente-se o cheiro de ervas ilegais no resto do mundo (as drogas são mais viciantes do que o sexo...). Entretanto já é quase meio-dia. É melhor voltar para o aeroporto. No comboio de volta quase que adormeço... mas a viagem é mesmo muito curta.
A sala de espera da porta de embarque do voo para Tóquio vai começando a encher-se com japoneses. Só os olhos os denunciam. A roupa e a forma como se comportam não me causam estranheza absolutamente nenhuma. O voo sai com 20 minutos de atraso. O capitão anuncia que o voo tem uma duração de 10 horas, bastante menos do que eu esperava. Em todos os assentos há uma manta e uma almofada. O meu lugar é à janela e ao meu lado duas meninas (6 e 9 anos, diria eu, apesar de ser péssimo em adivinhar idades) que viajam sozinhas. Têm uma aparência oriental mas falam alemão (mais tarde, quando o pessoal de bordo nos pede para preencher uns formulários para estrangeiros que estão a entrar no Japão a mais velha explica-lhes: "nós temos nacionalidade alemã e japonesa". Uau!). Tento dormir mas em vão: O sol está sempre no horizonte. Levantamos voo ao início da tarde, quando entramos na Rússia ainda era de dia e a rota levava-nos para norte, à procura do sol. Quando saímos da Rússia, 8 horas depois já era de manhã; As hospedeiras, de hora a hora, davam-nos refeições, snacks, bebidas ou formulários para preencher; Alguns bebés não param de chorar. No final do voo, já o avião estava no chão, ouviu-se uma mãe italiana a gritar "BASTA". Pois...
Depois de passar pela alfândega sem problemas (não posso deixar de pensar na importância daquelas doze estrelas douradas em círculo que estão no meu passaporte), chego finalmente ao terminal de chegadas do aeroporto Narita. Pronto! Estou oficialmente no Japão! E agora? Compro um bilhete de comboio para a estação de Tóquio (tudo em inglês e sem qualquer problema). Telefono de um telefone público com moedas para o responsável da residência onde vou ficar e combino (em inglês) encontrar-me com ele na estação de metro mais próxima da residência (Myogadani). Desço umas escadas e já estou na linha à espera do comboio que demora 10 minutos a chegar (deixa-me pensar... se não tivesse parado para o controlo de passaportes e para ir buscar a mala teria demorado para aí 5 minutos a pé do avião até aqui... interessante... quanto tempo se demora a pé entre o avião e o comboio em Lisboa?). Saio do comboio na estação de Tóquio, que é subterrânea, e procuro a linha de metro que quero. Fácil! No metro, olho em volta e sinto-me chocado! Nunca me senti tão estrangeiro! Não vejo mais nenhum ocidental. Saio do metro e depois de uns minutos de espera um japonês aborda-me: "Antonio-san?". 5 minutos a pé e estamos na residência. O responsável explica-me algumas coisas essenciais, pede-me para assinar um documento em inglês e dá-me o código da porta de entrada da residência.
Enquanto me instalo, conheço alguns vizinhos na residência: a Maria, que é japonesa (chama-se Maria porque nasceu no dia de Natal) e a Carole que é francesa. Combinamos de sair daí a umas horas para jantar e beber uns copos com um amigo da Carole que está a visitar o Japão e com um outro vizinho da residência que é japonês. Ligo o portátil que me diz que são 6 e meia da manhã... pois... a esta hora ainda não está ninguém on-line em Portugal! Reparo que não vou conseguir ligar o portátil à corrente porque as fichas da electricidade são diferentes! A Carole diz que tem um adaptador para as fichas japonesas e a Maria diz que consigo encontrar de certeza esse tipo de coisas na loja Bic Camera em Ikebukuro ou então numa qualquer loja de Akihabara. Saio então de casa, não como turista mas como alguém que mora em Tóquio e precisa de comprar um adaptador para as fichas eléctricas. Encontro-o numa lojinha de Akihabara e volto para casa para experimentá-lo. Boa! Já consigo ligar o portátil à electricidade! Ligo-me à rede wireless da residência e falo com o pessoal no messenger e com a minha mãe, também por messenger mas com áudio, não sem algumas dificuldades: escrevo: "carregue no botão!" e ela responde por escrito: "qual botão?". Mas finalmente conseguimos conversar com uma qualidade de som quase como se estivéssemos na mesma sala! Viva a Internet!
Vou finalmente tomar um duche! Estão pouco mais do que 30º, mas é um calor húmido, que me faz suar como nunca tinha suado! Saímos, então, para comer e beber. O restaurante que tinha sido a primeira escolha não tinha lugares disponíveis. Pois claro! Sexta à noite! Subimos dois ou três andares no mesmo edifício e encontramos um restaurante com lugares disponíveis. Ficámos mais de 3 horas a pedir dezenas (mais de 10 foram de certeza) das pequenas doses típicas dos restaurantes japoneses e muita cerveja e muito sake (demais, até...). Foi um festim para o paladar (não! não houve sushi nem sashimi!). Acabámos a noite num bar de karaoke que não é um bar. São pequenas salas que são alugadas a grupos (não cabem muito mais do que 6 pessoas). E depois vai-se cantando e pedindo cerveja! Voltámos para a residência já passava das quatro da manhã e já se sentia o amanhecer. Deito-me e, passados pouco segundos, adormeço.

4 件のコメント:

匿名 さんのコメント...

O meu inicio de férias foi bem mais curto, são 17:00 horas saio do trabalho, apanho um expresso e passado 5:30h estou em Braga....coincidências das coincidências vou jantar a um japonês cujo o dono é irmão de um dos meus melhores amigo....passo a noite a beber, o dia a beber, o sol poe-se e continuo a beber...chego a lx e reparo que após 4 dias de férias o António-san nada escreve e penso...ingrato!!! mas diria que fui precipitada...cá está ele que quase sem respirar nos conta aquilo que alguns de nós já fez inúmeras vezes...LOL
Já percebi que tens a situação controlada, mas esclarece-me uma coisa como é que um homem pode dizer que "....as drogas são mais viciantes do que o sexo..." hein?!? oi?!?
Have fun :)

Me, myself and i

paula さんのコメント...

Adorei... simplesmente adorei a descrição, os pormenores, o modo de escreveres (não sabia que escrevias tão bem!!! - outra virtude do António-San)... sensacional! Parece que estamos a revover o que passaste, o que viste, sentiste e pensaste... muito bom!
Continua, está a tornar-se como uma novela... já estou ansiosa pelo próximo capítulo. LOL

E fotos? Cadê as fotos???? Se fosse eu.....

Até à próxima António-San

Rumbo さんのコメント...

António-brather, grande, novel descrição, senti-me no japão a ver-te na pequena sala a cantar karaoke e a beber bebidas nativas. Agradeço ainda pelo passeio por amesterdão, maravilhosos canais pela manhã. A viagem de avião lisboa amesterdão foi realmente desconfortável, acho que ainda estou mal-disposto, o cheiro desse senhor é realmente desconfortável...
até jah, mano ;)

Belinha さんのコメント...

Revisitaste Amesterdão?... mas desta vez num passeio muito mais calmo, heim??
:)